ESTAMOS A SAQUE

A TAP resolveu seguir as regras da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), ainda que não tivesse informado o mercado sobre a indemnização de € 500 mil que havia pago à Senhora Engª Alexandra Reis após a saída desta do cargo de administradora da companhia.

A entidade supervisora esclareceu que tal dever só se aplica a emitentes de ações, mas não de obrigações, como é o caso da companhia aérea de bandeira.

Quando há cerca de um ano o Senhor ministro das Infraestruturas e da Habitação, Dr. Pedro Nuno Santos, em conferência de imprensa, informou o país que a Comissão Europeia havia aprovado o plano de reestruturação da TAP que envolvia um auxílio do Estado, autorizando a injeção de € 3,2 mil milhões, ou seja, a alocar dinheiros públicos que obviamente não irão ser gastos nem na saúde, nem na educação, nem na defesa, nem no combate aos incêndios, aí não havia problema algum!

A tudo isto soma o facto da “nossa companhia de bandeira” - que já havia sido privatizada pelo Dr. Pedro Passos Coelho - apresentar um passivo acumulado de € 5.186M no Relatório de Gestão e Constas Consolidadas de 2021.

Especialistas em economia e aviação não duvidam que o Estado vai perder dinheiro com a venda da TAP, depois de ter injetado, nos últimos dois anos, 3,2 mil milhões de euros na companhia.

Problemas estratégicos e a concorrência das low-cost são apontados como os principais desafios.

Destaco a título de mero exemplo que a Ryanair (empresa privada) tem 400 aeronaves Boing 737 e já adquiriu mais 200 e a TAP dispõe de apenas 100 aeronaves: 78 aviões Airbus e 22 ao serviço da TAP Express.

A história de que a TAP é dos portugueses e para os portugueses é mais um chavão que já ninguém respeita...